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DIÁRIOS DE QUARENTENA | 7 de abril a 11 de abril

Fomos criados para viver no paraíso, o paraíso havia sido criado para estar a nosso serviço. Foi nosso destino que sofreu uma mudança, e não o do paraíso. Franz Kafka

Os enormes monumentos sociais e pessoais que precariamente sustentam o sistema de exploração e opressão da sociedade civilizada ameaçam afundar a todos nós em seu naufrágio, salvo se aprendermos agora a nos desamarrar deles. O medo e a culpa despertados nessa agonia são a outra face do medo da vida que é incalcado nos sujeitos que põem a vida em curso, e da repressão das pulsões vitais em nome das demandas de produtividade. A administração que os Estados fazem da crise, cujas medidas apenas garantem a sobrevivência da existência corporal, demanda hoje, mais do que nunca, submissão total. Mas em que esse "não morrer" se distingue de nossa existência precária? Agora que já não temos mais nada a nos apegar, vamos nos resignar à miserável moeda da submissão ou vamos aprender sobre a riqueza da humanidade que ainda devemos descobrir? Uma consciência que penetra até os ossos prepara o caminho para o novo. Tendo enfrentado aquilo que nos esgota e destrói, as forças vivas em cada uma de nós nos chamam à nascer.




A Dança da Morte (1493), xilogravura de Michael Wolgemut para o primeiro grande livro ilustrado impresso: Nürnberger Chronik [Crônicas de Nuremberg]







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